Mercadante diz que educação em SP sofre "pedagocídio"14 de setembro de 2010 • 11h49
O
candidato do PT ao governo de São Paulo, Aloizio Mercadante, criticou a
situação da educação no Estado durante entrevista à rádio CBN na
manhã desta terça-feira (14). "A progressão continuada é um conceito
generoso pedagógico, mas o que nós temos aqui é uma regressão
continuada. O que nós temos aqui é um 'pedagocídio', quer dizer, é o
suicídio da pedagogia", afirmou.
Mercadante
defendeu o conceito de pensar o aluno por ciclos no processo de
aprendizado - defendido pela progressão continuada -, mas para ele isso
não acontece em São Paulo. "Você dizer que o aluno tem que passar sem
aprender, como é que o aluno pode chegar na quinta, sexta série, sem
saber ler nem escrever? O que nós temos aqui é uma aprovação automática,
não tem progressão", disse.
Questionado
se ele colocaria seu filho para estudar em uma escola pública, o
petista não hesitou. "Lógico que não. O Alckmin não respondeu isso, mas
eu respondi com toda a transparência", afirmou o petista. "Eu quero que
um dia meus netos possam estudar em escola pública como acontece na
Europa, como acontece no Japão", completou.
Entre
suas ações como senador, Mercadante destacou a boa relação que teve com
as prefeituras, além da aprovação de uma lei sobre que prioriza a
construção de cinemas em cidades com até 100 mil habitantes. "Não tem
teatro, não tem cinema, não tem cultura. Faltam espaços públicos",
disse.
O
candidato falou ainda sobre um projeto aprovado por ele que tem o
objetivo de repassar todos os recursos do Fundo de Universalização dos
Serviços de Telecomunicações (Fust) para a educação digital, com o
fornecimento de computadores para as escolas e professores e produção de
material pedagógico digital, entre outros. "Desde o momento em que eu
virei candidato, o PSDB e o DEM, passaram a obstruir o projeto e não
permitiram que ele fosse votado. Isso sim é prejudicar São Paulo",
afirmou Mercadante.
Sobre
os recentes escândalos relacionados ao Partido dos Trabalhadores, como o
caso Erenice Guerra e a quebra de sigilos ficais de pessoas ligadas ao
PSDB, Mercadante respondeu que os problemas não podem mais ser
"empurrados para debaixo do tapete". "Isso tem que ser apurado,
investigado. Não com clima de campanha, não com uso eleitoral, mas com
rigor", disse.
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