Há muitos anos, os cientistas perceberam que o
formato da Terra, achatado nos polos, vinha sofrendo alterações,
tornando-se mais arredondado
São Paulo - Uma nova análise da Terra revelou
por que nosso planeta está perdendo a "cinturinha". O
aumento das medidas terrestres na região equatorial é causado
principalmente pelo derretimento do gelo na Groenlândia e na
Antártida, de acordo com cientistas da Universidade do Colorado, nos
Estados Unidos. As duas regiões polares perdem juntas ao ano 382
bilhões de toneladas de gelo, que, derretido, segue em direção às
áreas equatoriais e modifica a distribuição de massa na Terra,
aumentando o "pneuzinho" do planeta. A conclusão dos
pesquisadores americanos coloca fim a um mistério que já durava
duas décadas.
Há muitos anos, os cientistas perceberam que o
formato da Terra, achatado nos polos, vinha sofrendo alterações,
tornando-se mais arredondado. A forma achatada se deve ao fato de
que, há cerca de 22.000 anos, vários quilômetros de gelo cobriam
boa parte do hemisfério norte, pressionando a superfície para
baixo. Com o derretimento do gelo ao longo dos séculos, a pressão
sobre a superfície diminui e o solo voltou a se expandir nos polos,
fazendo com que o planeta ficasse mais esférico.
Nasa
Os satélites gêmeos da missão Grace, da Nasa,
foram usados para medir as mudanças no campo gravitacional da
Terra.
A partir da década de 1990, contudo, os cientistas voltaram a observar novo achatamento. Para investigar o fenômeno, passaram a observar dados de dois satélites que medem a gravidade da Terra para monitorar mudanças na quantidade de gelo na superfície e também imagens do planeta feitas a cada 30 dias.
A partir da década de 1990, contudo, os cientistas voltaram a observar novo achatamento. Para investigar o fenômeno, passaram a observar dados de dois satélites que medem a gravidade da Terra para monitorar mudanças na quantidade de gelo na superfície e também imagens do planeta feitas a cada 30 dias.
Com dados e fotos em mãos, os especialistas
puderam comparar as mudanças no campo gravitacional frente às
alterações na massa de gelo ao redor do globo. Com o derretimento
de gelo polar, e a consequente migração de água em grandes
volumes, houve uma redistribuição de massa pelo planeta, que, por
sua vez, provocou alteração no campo gravitacional da Terra.
Os dados permitiram, então, encontrar as duas
principais regiões que estão alterando a forma do planeta:
Groenlândia e Antártida. A quantidade colossal de gelo derretido a
partir dessas áreas, que migra para o Equador, está fazendo com que
o "pneuzinho" da Terra aumente 71 centímetros por década.
Contudo, os especialistas garantem que, com o
tempo, a massa do planeta vai se readequar. "Demora um tempo até
que tudo se acomode", afirmou Steve Nerem, engenheiro
aeroespacial da Universidade do Colorado, coautor da análise
publicada no periódico Geophysical Research Letters.
Atualmente, a distância até o centro da Terra (o
raio terrestre) a partir do Equador é 21 quilômetros maior do que
nos polos. Isso significa que o ponto na superfície do planeta mais
distante do centro não é o topo do Everest, a montanha mais alta do
mundo, localizada no Himalaia, mas o pico de um vulcão equatoriano.
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