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A ministra Izabella Teixeira anuncia que o
desmatamento da Amazônia Legal caiu 27%, o menor índice desde 1988.
Apesar do recorde histórico, a taxa subiu em três Estados (Acre,
Amazonas e Tocantins)
O desmatamento na Amazônia Legal caiu 27% entre agosto de 2011 e julho
de 2012, na comparação com os 12 meses anteriores. Os números são os
menores desde o início do levantamento, feito desde 1988 - um recorde
histórico dos últimos 24 anos -, e foram divulgados nesta terça-feira
(27) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
No total, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais), foram desmatados 4.656 quilômetros quadrados no período de
2011 e 2012, o equivalente a quase quatro vezes o tamanho do município
do Rio de Janeiro, que tem 1.255 quilômetros quadrados. No ano passado, o
número consolidado era de 6.418 quilômetros quadrados.
“Esta foi a única boa notícia ambiental que o planeta teve este ano”,
resume a ministra Izabella Teixeira. “[A área de desmatamento] É um
marco jogar abaixo de 5.000 quilômetros quadrados.”
Até 2020, o governo brasileiro tem uma meta voluntária de reduzir em
80% o desmatamento em relação à média do período de 1996 a 2005, de
acordo com o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, para o patamar de
3.925 quilômetros quadrados.
As informações são obtidas pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do
Desflorestamento na Amazônia Legal), sistema do Inpe que consolida dados
coletados ao longo de doze meses por satélites capazes de detectar
áreas desmatadas a partir de 6,25 hectares. Os números consolidados
serão divulgados em meados de 2013, em data ainda não definida, já que
as informações publicadas hoje têm margem de erro de 10%.
Foto 1 de 30 - mai.2012 - Resquícios de floresta amazônica ao longo da rodovia PA 150, no Pará Reuters/Lunae Parracho
Números negativos
Dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal, seis deles apresentaram
redução no desmatamento no período: Amapá (- 53%), Maranhão (- 33%),
Mato Grosso (- 31%), Pará (- 44%), Roraima (- 19%) e Rondônia (- 12%).
Os três Estados que registraram crescimento no desmatamento foram:
Tocantins (33%), Amazonas (29%) e Acre (10%). O governo federal ainda
não identificou as causas detalhadas do aumento nestas regiões.
"A gente não sabe identificar todas as causas. Se em Tocantins, por
exemplo, está associado ao Cerrado Amazônico que permite uma reserva
legal de 35%. Como os Estados não tornam disponíveis as informações do
que é legal e do que é ilegal não conseguimos identificar", avalia a
ministra. "No Amazonas, temos uma forte pressão por conta de migração em
torno da BR-317, há uma grande especulação e grilagem de terra
acontecendo. (...) No Acre, ainda não temos informações, mas,
possivelmente, seja expansão urbana."
Em números absolutos, o levantamento aponta que o Pará continua sendo o
Estado que mais derruba vegetação nativa na Amazônia Legal, ao diminuir
1.699 quilômetros quadrados, seguido por Mato Grosso, com 777
quilômetros quadrados desmatados; Rondônia, com 761 quilômetros
quadrados; e Amazonas, com 646 quilômetros quadrados.
A ministra informou ainda que fará reuniões com os governos estaduais e
municipais para identificar os problemas e fazer inciativas para tentar
resolver os desmatamentos ilegais.
Desmatamento ilegal na Amazônia
Estados |
Área desmatada
(jul/2012 - ago/2011) |
Área desmatada
(jul/2011 - ago/2010) |
Diferença
do período |
Acre |
380 km² |
280 km² |
+ 10% |
Amazonas |
646 km² |
502 km² |
+ 29% |
Amapá |
31 km² |
66 km² |
- 53% |
Maranhão |
267 km² |
396 km² |
- 33% |
Mato Grosso |
777 km² |
1.120 km² |
- 31% |
Pará |
1.699 km² |
3.008 km² |
- 44% |
Rondônia |
761 km² |
865 km² |
- 12% |
Roraima |
114 km² |
141 km² |
- 19% |
Tocantins |
53 km² |
40 km² |
+ 33% |
Amazônia Legal |
4.656 km² |
6.418 km² |
- 27% |
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Fonte: Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
Autos de infração
O governo também anunciou nesta terça-feira (27) o lançamento de um
equipamento que fará de forma eletrônica os autos de infração aplicados
pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) a produtores rurais e proprietários de terra. O
projeto durou cerca de três anos, custou cerca de R$ 15 milhões e foi
produzido com a parceria dos ministérios do Meio Ambiente e Ciência e
Tecnologia e Inovação.
As máquinas já estão em fase de teste e, segundo a ministra Izabella,
entrarão em funcionamento a partir de janeiro de 2013. Cada equipe de
fiscalização do país terá, pelo menos, uma. O número total de
equipamentos que serão utilizados não foi divulgado por questões de
segurança nacional, uma vez que registraria o número de equipes em
atuação no país.
A ideia do uso do equipamento é diminuir os erros nos autos de infração
cometidos com informações, como as coordenadas geográficas, pois vai
utilizar dados precisos de satélites. Além disso, o equipamento cancela
os autos com registros incorretos e as informações registradas no
aparelho serão levadas ao mesmo banco de dados do CAR (Cadastro
Ambiental Rural), que ainda não foi regulamentado.
Foto 6 de 38 - Macaco aranha selvagem do Parque Nacional do Rio Negro, no Amazonas, busca frutos com hóspedes de resorts da área Antonio Gaudério/Folhapress/01.jan.2005