Amazônia Legal registra menor taxa de desmatamento em 24 anos, diz ministério
Camila CampanerutDo UOL, em Brasília
rcello Casal Jr/ABr
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A ministra Izabella Teixeira anuncia que o
desmatamento da Amazônia Legal caiu 27%, o menor índice desde 1988.
Apesar do recorde histórico, a taxa subiu em três Estados (Acre,
Amazonas e Tocantins)
“Esta foi a única boa notícia ambiental que o planeta teve este ano”, resume a ministra Izabella Teixeira. “[A área de desmatamento] É um marco jogar abaixo de 5.000 quilômetros quadrados.”
Até 2020, o governo brasileiro tem uma meta voluntária de reduzir em 80% o desmatamento em relação à média do período de 1996 a 2005, de acordo com o Plano Nacional sobre Mudança do Clima, para o patamar de 3.925 quilômetros quadrados.
As informações são obtidas pelo Prodes (Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal), sistema do Inpe que consolida dados coletados ao longo de doze meses por satélites capazes de detectar áreas desmatadas a partir de 6,25 hectares. Os números consolidados serão divulgados em meados de 2013, em data ainda não definida, já que as informações publicadas hoje têm margem de erro de 10%.
Veja registros do desmatamento na Amazônia nos últimos anos
Foto 1 de 30 - mai.2012 - Resquícios de floresta amazônica ao longo da rodovia PA 150, no Pará Reuters/Lunae Parracho
Dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal, seis deles apresentaram redução no desmatamento no período: Amapá (- 53%), Maranhão (- 33%), Mato Grosso (- 31%), Pará (- 44%), Roraima (- 19%) e Rondônia (- 12%).
Os três Estados que registraram crescimento no desmatamento foram: Tocantins (33%), Amazonas (29%) e Acre (10%). O governo federal ainda não identificou as causas detalhadas do aumento nestas regiões.
"A gente não sabe identificar todas as causas. Se em Tocantins, por exemplo, está associado ao Cerrado Amazônico que permite uma reserva legal de 35%. Como os Estados não tornam disponíveis as informações do que é legal e do que é ilegal não conseguimos identificar", avalia a ministra. "No Amazonas, temos uma forte pressão por conta de migração em torno da BR-317, há uma grande especulação e grilagem de terra acontecendo. (...) No Acre, ainda não temos informações, mas, possivelmente, seja expansão urbana."
Em números absolutos, o levantamento aponta que o Pará continua sendo o Estado que mais derruba vegetação nativa na Amazônia Legal, ao diminuir 1.699 quilômetros quadrados, seguido por Mato Grosso, com 777 quilômetros quadrados desmatados; Rondônia, com 761 quilômetros quadrados; e Amazonas, com 646 quilômetros quadrados.
A ministra informou ainda que fará reuniões com os governos estaduais e municipais para identificar os problemas e fazer inciativas para tentar resolver os desmatamentos ilegais.
Desmatamento ilegal na Amazônia
Estados |
Área desmatada (jul/2012 - ago/2011) |
Área desmatada (jul/2011 - ago/2010) |
Diferença do período |
Acre | 380 km² | 280 km² | + 10% |
Amazonas | 646 km² | 502 km² | + 29% |
Amapá | 31 km² | 66 km² | - 53% |
Maranhão | 267 km² | 396 km² | - 33% |
Mato Grosso | 777 km² | 1.120 km² | - 31% |
Pará | 1.699 km² | 3.008 km² | - 44% |
Rondônia | 761 km² | 865 km² | - 12% |
Roraima | 114 km² | 141 km² | - 19% |
Tocantins | 53 km² | 40 km² | + 33% |
Amazônia Legal | 4.656 km² | 6.418 km² | - 27% |
- Fonte: Prodes, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais)
O governo também anunciou nesta terça-feira (27) o lançamento de um equipamento que fará de forma eletrônica os autos de infração aplicados pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) a produtores rurais e proprietários de terra. O projeto durou cerca de três anos, custou cerca de R$ 15 milhões e foi produzido com a parceria dos ministérios do Meio Ambiente e Ciência e Tecnologia e Inovação.
As máquinas já estão em fase de teste e, segundo a ministra Izabella, entrarão em funcionamento a partir de janeiro de 2013. Cada equipe de fiscalização do país terá, pelo menos, uma. O número total de equipamentos que serão utilizados não foi divulgado por questões de segurança nacional, uma vez que registraria o número de equipes em atuação no país.
A ideia do uso do equipamento é diminuir os erros nos autos de infração cometidos com informações, como as coordenadas geográficas, pois vai utilizar dados precisos de satélites. Além disso, o equipamento cancela os autos com registros incorretos e as informações registradas no aparelho serão levadas ao mesmo banco de dados do CAR (Cadastro Ambiental Rural), que ainda não foi regulamentado.
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Foto 6 de 38 - Macaco aranha selvagem do Parque Nacional do Rio Negro, no Amazonas, busca frutos com hóspedes de resorts da área Antonio Gaudério/Folhapress/01.jan.2005
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